Contribuições do Brasil no Mundo

            Sem qualquer ufanismo, pretendo apenas tecer considerações sobre o quê, da experiência brasileira, considero relevante para o mundo. Dito assim, parece que o Brasil tem enormes contribuições a dar – ou, quem sabe, até já deu – para o progresso da humanidade e o avanço geral da civilização. Certo ufanismo pretende, justamente, que o Brasil seja um exemplo para o mundo, pelo caráter plástico de sua sociedade – mesmo sem a, hoje recusada, mítica “democracia racial” –, pela convivência tranquila de muitos povos e religiões, pela adesão do país aos princípios tradicionais do direito internacional, pelas disposições pacifistas e humanitárias de sua Carta constitucional, enfim, pelo caráter cordial do povo brasileiro.

Energia sustentável


Energia sustentável – a energia que é acessível, barata, limpa e mais eficiente – é essencial para o desenvolvimento sustentável. Ela permite que as empresas cresçam, gerem empregos e criem novos mercados. Milhões de crianças a mais podem estudar à noite, enquanto hospitais e clínicas de saúde podem funcionar corretamente. Os países podem crescer mais resistentes e com economias competitivas. Com a energia sustentável, os países podem ultrapassar os limites dos sistemas de energia obsoletas e construir as economias de energia limpa do futuro.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, lidera uma importante iniciativa global, “Energia Sustentável para Todos”, com o objetivo de mobilizar todos os setores da sociedade, incluindo empresas, governos, investidores, grupos da comunidade e academia. O objetivo é consolidar uma causa comum de apoio a três objetivos interligados:
1. Assegurar o acesso universal aos modernos serviços de energia
2. Dobrar a taxa global de melhoria da eficiência energética.
3. Duplicar a quota das energias renováveis na matriz energética global.
Estes objetivos complementares podem ser alcançados até 2030 e são necessários para atingir a energia sustentável para todos.

Sustentabilidade


Conceito de sustentabilidade 
Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, assustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o desenvolvimento sustentável.

Ações relacionadas a sustentabilidade

- Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas de forma controlada, garantindo o replantio sempre que necessário. 
- Preservação total de áreas verdes não destinadas a exploração econômica.
- Ações que visem o incentivo a produção e consumo de alimentos orgânicos, pois estes não agridem a natureza além de serem benéficos à saúde dos seres humanos;
- Exploração dos recursos minerais (petróleo, carvão, minérios) de forma controlada, racionalizada e com planejamento.
- Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e hidráulica) para diminuir o consumo de combustíveis fósseis. Esta ação, além de preservar as reservas de recursos minerais, visa diminuir a poluição do ar.
- Criação de atitudes pessoais e empresarias voltadas para a reciclagem de resíduos sólidos. Esta ação além de gerar renda e diminuir a quantidade de lixo no solo, possibilita a diminuição da retirada de recursos minerais do solo.

- Desenvolvimento da gestão sustentável nas empresas para diminuir o desperdício de matéria-prima e desenvolvimento de produtos com baixo consumo de energia.
- Atitudes voltadas para o consumo controlado de água, evitando ao máximo o desperdício. Adoção de medidas que visem a não poluição dos recursos hídricos, assim como a despoluição daqueles que se encontram poluídos ou contaminados.

Iracema (paráfrase)

                 Iracema era conhecido como  a índia dos lábios de mel, num dia ela estava passeando entre a floresta e fere  um caçador chamado Martim com uma flecha, arrependida o leva até a aldeia onde o cacique disse que ele teria as mais belas índias ao seu alcance, quando as índias entraram no recinto onde Martim estava o mesmo percebeu que Iracema não estava lá, neste momento ele se retirou e foi procurar Iracema que lhe disse que eles nunca poderiam se amar pois ela tem uma maldição que deveria morrer virgem pois é a guardiã do segredo de Tupã.
                  Eles fugiram porém o irmão de Iracema vai atras e pega ambos se beijando, ele tentou matar Martim mas Iracema para proteger o  amado matou seu próprio irmão. Eles foram em uma caverna e tiveram relações sexuais porém não sabiam se era verdade ou não pois momentos antes Iracema havia preparado uma bebida alucinógena.
                  Fugiram para uma ilha onde descobriram que Iracema estava grávida e Martim começou a sentir saudade de sua antiga cidade, resolveu fugir deixando Iracema sozinha, tempo depois ele se arrepende e volta, chega a tempo de ver Iracema a dar a luz ao bebê e morrer por causa da maldição. Martim voltou com seu filho para cidade e sempre via o rosto de Iracema na lua.

O MATE DO JOÃO CARDOSO



 — A la fresca!… que demorou a tal fritada! Vancê reparou?
Quando nos apeamos era a pino do meio-dia... e são três horas, largas!... Cá pra mim esta gente esperou que
as franguinhas se pusessem galinhas e depois botassem, para depois apanharem os ovos e só então bater esta
fritada encantada, que vai nos atrasar a troteada, obra de duas léguas... de beiço!...
Isto até faz-me lembrar um caso.. . Vancê nunca ouviu falar do João Cardoso?... Não?... É pena.
O João Cardoso era um sujeito que vivia por aqueles meios do Passo da Maria Gomes; bom velho, muito
estimado, mas chalrador como trinta e que dava um dente por dois dedos de prosa, e mui amigo de novidades.
Também... naquele tempo não havia jornais, e o que se ouvia e se contava ia de boca em boca, de ouvido
para ouvido. Eu, o primeiro jornal que vi na minha vida foi em Pelotas mesmo, aí por 1851.
Pois, como dizia: não passava andante pela porta ou mais longe ou mais distante, que o velho João Cardoso
não chamasse, risonho, e renitente como mosca de ramada; e aí no mais já enxotava a cachorrada, e puxando o
pito de detrás da orelha, pigarreava e dizia:
 Olá! Amigo! apeie-se; descanse um pouco! Venha tomar um amargo! É um instantinho.... crioulo?!…
O andante, agradecido à sorte, aceitava… menos algum ressabiado, já se vê.
— Então que há de novo? (E para dentro de casa, com uma voz de trovão, ordenava:) Oh! crioulo! Traz mate!
E já se botava na conversa, falava, indagava, pedia as novas, dava as que sabia; ria-se, metia opiniões,
aprovava umas cousas, ficava buzina com outras...
E o tempo ia passando. O andante olhava para o cavalo, que já tinha refrescado; olhava para o sol que subia
ou descambava… e mexia o corpo para levantar-se.
 Bueno! são horas, seu João Cardoso; vou marchando!…
— Espere, homem! Só um instantinho! Oh! crioulo, olha esse mate!
E retomava a chalra. Nisto o crioulo já calejado e sabido, chegava-se-lhe manhoso e cochichava-lhe no
ouvido:
— Sr., não tem mais erva!…
— Traz dessa mesma! Não demores, crioulo!...
E o tempo ia correndo, como água de sanga cheia.
Outra vez o andante se aprumava:
— Seu João Cardoso, vou-me tocando… Passe bem!
— Espera, homem de Deus! É enquanto a galinha lambe a orelha!… Oh! crioulo!… olha esse mate, diabo!
E outra vez o negro, no ouvido dele:
— Mas, sr!… não tem mais erva!
— Traz dessa mesma, bandalho!
E o carvão sumia-se largando sobre o paisano uma riscada do branco dos olhos, como encarnicando...
Por fim o andante não agüentava mais e parava patrulha:
— Passe bem, seu João Cardoso! Agora vou mesmo. Até a vista!
— Ora, patrício, espere! Oh crioulo, olha o mate!
— Não! não mande vir, obrigado! Pra volta!
 Pois sim…, porém dói-me que você se vá sem querer tomar um amargo neste rancho. É um instantinho...
oh! crioulo!
Porém o outro já dava de rédea, resolvido à retirada. 19
E o velho João Cardoso acompanhava-o até a beira da estrada e ainda teimava:
— Quando passar, apeie-se! O chimarrão, aqui, nunca se corta, está sempre pronto! Boa viagem! Se quer
esperar... olhe que é um instantinho... Oh! crioulo!…
Mas o embuçalado já tocava a trote largo.
Os mates do João Cardoso criaram fama… A gente daquele tempo, até, quando queria dizer que uma cousa
era tardia, demorada, maçante, embrulhona, dizia — está como o mate do João Cardoso!
A verdade é que em muita casa e por muitos motivos, ainda às vezes parece-me escutar o João Cardoso,
velho de guerra, repetir ao seu crioulo:
— Traz dessa mesma, diabo, que aqui o sr. tem pressa!...
— Vancê já não tem topado disso?…

CIBERNÉTICA E CIBERCULTURA

         O estudo da cibernética está presente nas obras de Pierre Lévy desde o começo de sua trajetória profissional, na década de 1980, quando ele se dedicava a entender o impacto da invenção do computador na sociedade. Anos depois, ainda nos primórdios da internet, o filósofo passou a analisar como a ação humana nos meios digitais pode se converter em uma forma de empoderamento e desenvolvimento humano. 

          Em mais de dez livros publicados, o autor defende a “revolução virtual” como a sequência da escrita e da linguagem e afirma que a cultura digital deve demorar para se posicionar tanto quanto suas predecessoras. “Não podemos esquecer que a escrita foi inventada há cerca de três mil anos, o alfabeto há mil e não é a totalidade do mundo que sabe ler e escrever”, explica ele mesmo em uma palestra no Brasil, em 2002, no SESC Vila Mariana. 

Pierre Lévy

Tecnologia


Para começar, ele nos olha nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com superioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu desprezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável. Ele responde. Repreende. Corrige. Uma tela vazia, muda, nenhuma reação aos nossos comandos digitais, tudo bem. Quer dizer, você se sente como aquele cara que cantou a secretária eletrônica. É um vexame privado. Mas quando você o manda fazer alguma coisa, mas manda errado, ele diz “Errado”. Não diz “Burro”, mas está implícito. É pior, muito pior. Às vezes, quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: “Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou.” “O burro errou!”
Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão inteligente quanto quem a usa não vale com ele. Está subentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu potencial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só agüentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria “bip” em público.
Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está desembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante. Agora compreendo o entusiasmo de gente como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem a sua vida profissional em antes dele e depois dele. Sinto falta do papel e da fiel Bic, sempre pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que faltou na hora, e que nele foi substituída por um botão, que, além de mais rápido, jamais nos sujará os dedos, mas acho que estou sucumbindo. Sei que nunca seremos íntimos, mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas retiro tudo o que pensei sobre ele. Claro que você pode concluir que eu só estou querendo agradá-lo, precavidamente, mas juro que é sincero.
Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez, cheguei em casa e bati na minha máquina. Sabendo que ela agüentaria sem reclamar, como sempre, a pobrezinha.
Luis Fernando Veríssimo